MPRS firma acordo para combater manipulação esportiva

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) firmou um acordo com a empresa internacional Sportradar, referência no monitoramento de integridade esportiva, para reforçar o enfrentamento à manipulação de resultados no Estado. O memorando foi assinado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pelo Núcleo de Inteligência da instituição (Nimp).

 
Com a parceria, o MPRS passa a ter acesso a informações mais precisas e tecnologia avançada para identificar padrões suspeitos em competições esportivas, especialmente diante da expansão das apostas no país. Segundo o promotor de Justiça André Dal Molin, coordenador do Gaeco e do Nimp, o acordo representa um avanço no monitoramento de possíveis fraudes.

 
— Este memorando fortalece nossa atuação na proteção da integridade esportiva. É um avanço importante para garantir transparência e segurança. A parceria permitirá maior agilidade e precisão nas investigações conduzidas pelo Gaeco e pelo Nimp — afirmou Dal Molin.

A assinatura do acordo ocorre em um período próximo em que a Polícia Civil investigava um suposto esquema de manipulação de resultados envolvendo dirigentes, atletas e integrantes da comissão técnica do Esporte Clube São Gabriel. A Operação Cartão Vermelho foi deflagrada no dia 16 de novembro pela Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro de Organizações Criminosas (DRLD-OC/Draco/Deic), com apoio de unidades regionais e do gabinete de inteligência da corporação.

 
Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão no Estádio Sílvio de Faria Corrêa e em residências de investigados. Três medidas cautelares diversas de prisão também foram executadas para interromper possíveis manipulações em andamento. Ao todo, 17 agentes e oito viaturas participaram da ação.

A investigação apurou crimes de fraude em competição esportiva, falsidade ideológica, falsa identidade e associação criminosa. O caso teve início após denúncia sobre a partida entre Inter sub-20 e São Gabriel, pela Copa FGF, em 29 de outubro, na qual o segundo tempo teve cinco gols, conforme indicação prévia feita à inteligência da polícia.

 
Outro episódio sob análise ocorreu em 1º de outubro, no jogo contra o Juventude, quando o São Gabriel teria escalado três atletas inativos no BID da CBF utilizando dados de jogadores ativos. O clube foi punido com perda de pontos e multa.

 
Durante as buscas, foram recolhidos documentos, celulares e computadores que seguem sendo analisados. A Polícia Civil avalia que o clube pode ter sido utilizado para viabilizar fraudes em competições oficiais da FGF.

 
O São Gabriel encerrou sua participação na Terceirona no mesmo dia da operação, ao perder para o São Paulo-RG por 5 a 0, em casa.